O problema coa Espanha


Um reproche constante da esquerda espanhola com respeito aos nacionalismos de esquerda é a da suposta falha de solidariedade:

Deveríamos, segundo eles, unir os nossos esforços no estado sobre uma base de loita de classes e minimizar as diferencias nacionais como algo secundário. De feito há estratégias enteiras de varias forças políticas baseadas em que algo assim é possível e necessário.
Pola contra vou tentar mostrar que isso não é possível porque uma maioria do eleitorado espanhol escolheu outra via: a do enfrentamento coas forças nacionalistas. E com fazer como que não vemos o problema, ele não vai desaparecer. Vejamos o caso:

-Todas as eleições ao parlamento espanhol posteriores á de 1996 foram ganhadas por maioria absoluta: Aznar no 2000, Zapatero no 2004 e no 2008 e Rajoy no 2011. Bem e certo que nas eleições de Aznar e Zapatero o resultado tem explicações bem simples: recompensar a Aznar polo que se percebia como um bó governo, derrotar a Aznar no 2004 e impedir a vitória do PP no 2008. Contudo o governo de Aznar co apoio de CiU dos anos1996–2000 seguia a ser visto como uma humilhação por uma parte do eleitorado do PP.

-Mas nas eleições de 2011 estas explicações não abondam. O PSOE derrubou-se certo, mas o PP perdeu algo menos dum milhão dos votantes que tivera no 2008. A sua maioria absoluta saiu principalmente dum transvase dum milhão e médio de votos que no 2008 foram para o PSOE. enlace

O derrumbamento do PSOE foi por todo o estado mais o transvase de votos ao PP não. Não foi em Catalunha, não foi em Andalucia. A parte mais importante foi nas comunidades do interior, as propriamente espanholas. E a UPyD em Madrid. Enlace

,Cal foi o impulso desta gente para passar a votar a um PP que no 2008 não os convencera. Se este eleitorado tivesse passado a abstenção ou a votar partidos minoritários o resultado teria sido um governo em minoria co apoio de CiU, PNV etc. Por tanto a hipótese mais provável é que o governo em minoria era o que se buscava evitar.

Poderia alegar-se que o resultado é o normal dado que há uma banda do eleitorado que se move entre votar ao PSOE e ao PP, mas aí é onde a baixa de voto entre os que votaram ao PP é importante. O PP no 2011 não era quem de ilusionar aos seus próprios votantes, menos poderia ilusioar aos indecisos. Logo, o corrimento de voto tivo que ter outro motivo. E o motivo mais plausível é evitar um governo em minoria.

Em conclusão não é questão de se uma unifica de esforços coa esquerda espanhola é conveniente, a questão é se é mesmo possível. Compre reparar em que uma das poucas satisfações que o PP lhe está a dar ao seu eleitorado é a da “firmeza contra los nacionalistas” —não lhes podem vender o bem que vai o paro—. E certo que não todos os votantes do PP estão nessa postura, mas também é certo que moitos que não votaram ao PP estão nela. E entre todos são maioria na Espanha, mentras não cambiar a situação, que não é para amanhã.

Um par de questões para rematar:

Pensam que coa má situação econômica isto cambiou e o PP vai perder apoios?

Pensem-o melhor a maioria dos votantes do PP não tem outro partido ao que votar. E a opção que eles tem e abster-se ou voltar votar ao PP.

Mas na Galiza é igual. Também ganha o PP, não sim?


Não é igual, nas eleições ao parlamento da Galiza, o PP não ganhou em votos aos partidos da oposição desde o Prestige. Feijoo tivo menos votos que a suma dos partidos da oposição ainda que ganhou em escanos. As duas veces. O sistema eleitoral favorece ao PP tanto na Galiza como na Espanha e o bipartido não ousou cambia-lo cando tivo a oportunidade.

Esto não é assim em Castilla-La Mancha, por exemplo. E não vaiam pensar que Cospedal está moi desgastada pô-la sua gestão