Galiza, ainda na cativação, encadeada

Galiza, ainda na cativação, encadeada
Parece-me assombroso, não obstante há pessoas que dizem que vivemos num mundo civilizado. Mas, eu pergunto-me: Pode ser admissível denomina-lho progresso, quando de forma reiterada desrespeitam as diversas identidades dum estado?.

São demasiados os interrogantes que vagam num ar contaminado de desídia, de desarraigo e não conseguem alcançar uma resposta minimamente convincente. Os argumentos atravessam os condutos auditivos, mas não conseguem aderir eleitores ao pensamento.

Nos últimos tempos parece haver uma perda grande de consciência de identidade. O povo, afigura seguir arrastado pelo NIF do colonizador. O lastro que permanece onda nós desde sempre.

Ao meu entender, esta é uma situação preocupante. Já que o governo central e partidos espanhóis seguem comportando-se de modo intolerável connosco. Premam-nos seguido a jugular com os seus ditames, intencionalmente para submeter-nos. E a esta questão une-se o facto de que as novas gerações pulam por um mundo globalizado e impessoal. É isto faz que o conceito seja quebrantado, atirado para a banda dum inexorável declive.

Porque cada vez temos menos galego falantes e esta situação é mais alarmante, se cabe nas cidades.

Talvez o nosso caminho tomou uma direção errada em algum momento e agora compre reflexionar para assim rematar com esta situação de subordinação.
Nesta altura, quiçá tudo o nacionalismo galego, tenha que fazer uma análise do acontecido nas últimas eleições estatais.

O passado 28 de abril assistimos ao pior dos presságios. Galiza ficou sem voz em Madrid. É qual foi a causa do descalabro? Qual a razão, para que se deram esses resultados tão negativos para a nossa comunidade?. Segundo minha opinião, seria bom que houvesse uma união real entre os partidos nacionalistas galegos. Juntar forças, sobretudo naqueles comícios onde seja imprescindível ter uma visibilidade maior. Pois contar com uma representação ali, é fundamental, vital para a nossa luta. Que nos permita fazer frente aos ataques, dos que se dizem ser constitucionalistas e pretendem arrancar-nos todos os nossos direitos e transformar-nos em servos seus. Exterminar-nos, converter-nos em escravos duma ditadura camuflada.

Suponho que não há nenhuma dúvida, que Galiza deve ser a prioridade. Deve estar presente, ativa. Mas afastada de belas palavras, que por si solas não conduz a nada. Pois, as lindes do desarraigo estão demasiado próximas e no futuro é necessário mudar o nosso comportamento. Trabalhar em coletividade, honestamente, com a mão no coração. Já que só desse jeito podemos alcançar a tão anelada liberdade.

Galiza, essa nação que sobrevive com esperança, de atingir o seu lugar neste espaço fechado, subjugado. Ainda na cativação, encadeada. A irredenta permanece albergada só nos corações dos nossos pais e mães. Subsiste na origem, no coração da terra. Abraçada nos berços que acolhem as limitadas carvalheiras. Elas, as assoladas ficam igual que nós, penduradas do quebradiço fio da incerteza.