Línguas Célticas: O novo consenso

Línguas Célticas: O novo consenso

Se um revisar o capítulo sobre a formação do Galego-Português em calquera livro de texto imos achar uma referência ao substrato céltico junto cuma lista de palavras como berço, bugalho, croio etc.

Pola contra, se a mesma persoa buscasse uma referência aos celtas em calquera livro de história havia achar que são uma cultura arqueológica do Centro da Europa e que nunca estiveram na Galiza. É bem curioso que uma cultura que nunca estivo na Galiza (nem em Portugal, nem na maior parte da Irlanda etc) deixara um substrato lingüístico no galego.

Um grupo de arqueólogos e linguistas encabeçados por Barry Cunliffe e John T. Koch leva tempo lidando com este problema no Congresso Celtic from the West. Vam polo segundo, celebrado no 2010 (publicado no 2012) para debater o novo consenso que exclue as culturas do Centro da Europa (Hallstatt e La Tène) da formação das línguas célticas. De feito a introdução de Koch está dedicada integramente a este tema.

O argumento:


Se o Tartessico é uma língua céltica (e ainda se não é, aparecem nomes celtas nas inscrições) havia celtas presentes no Sudoeste da Península cara o 750 ane. Isto exclue que as culturas de Hallstatt e La Tène podiam ser a orige dos celtas, já que a primeira ainda não aparece no Sudoeste nessa data e a segunda ainda não se formara.

Uma cultura que explicar que se falassem línguas célticas tanto na Península como nas Ilhas não pode ser posterior ao Bronze Final (1200 a 600 ane). O único representante da visão tradicional , Mallory, tem que recorrer a situar os iberos e os etruscos como pobos indígenas, contra o que dizem as fontes.

Em conclusão: a hipótese que explica as línguas célticas pola expansão das culturas de Hallstatt e La Tène, na Idade de Ferro, está cientificamente morta. Não há argumentos científicos para a sustentar fronte a outras hipóteses. Os que a seguem a defender como se for a única teoria científica estão a librar um combate de retaguarda para retardar ao adversário mas sem esperança de vitoria.

Contudo, o mais rechamante do livro para um galego não e isso, é o grupo arqueológico Vilavella-Atios proposto por Dirk Brandherm no 2007 enlace

O grupo Vilavella-Atios


De 2200 a 1300 ane (Bronze inicial e Médio) a Península Ibérica está a se desenvolver de maneira isolada, sem relações coas Ilhas e a Bretanha que, pola contra, tem uma relação moi intensa entre si.

Mas há uma excepção que é, casualmente, a Gallaecia. Os depósitos de metais, túmulos e outros enterramentos indicam uma relação intensa coa Irlanda a Grande e a Pequena Bretanha. Brandherm chama a este conjunto: “grupo Vilavella-Atios”. (Emprego a grafia em espanhol porque é a que aparece na web). Temos pois uma relação exclusiva de Galiza e Norte de Portugal coas Ilhas e a Bretanha que dura case mil anos e da que não participa o resto da Península.

O grupo Vilavella-Atios proposto por Brandherm, a image vale por mil palavras:

Não vai ser até o Bronze Final (1200-600 ane) cando esta relação coas Ilhas vai-se estender á metade Occidental da Península, mas não a toda ela.

Os “Anuais dos Catro Mestres” é uma recopilação das histórias dos bardos da Irlanda feita no século XVII. Nela a data da chegada dos Tuatha Dé Danann é 3303 anos desde a criação do mundo e a dos netos de Breogam, de 3500 anos. Segundo a mesma fonte a era de Cristo começa no ano 5194 da criança do mundo, o que da as datas de arredor de 1700 ane para a invasão dos descendentes de Breogam e do 1900 ane para a invasão dos Tuatha Dé Danann. Essas datas encaixam perfeitamente no Bronze Antigo da Península (2200 a 1600 ane). Não deixa de ser surpreendente a capacidade desta gente de inventar-se as lendas e malhar as datas de Carbono 14, com calibração e todo.