A independência da Britania e da Gallaecia

A independência da Britania e da Gallaecia

No artigo anterior falava dum livro que trata de explicar como foi que os anglos e saxões se apoderaram da Britania, ou como os britânicos acabaram por falar inglês. Citava várias razões pelas que podia ser de interesse para os galegos mas há uma que deixei fora porque precisava outro artigo para a explicar.

A Britania e mais a Gallaecia fizeram-se independentes do Império romano ao mesmo tempo e por obra do mesmo general.

A cousa foi entre os anos 409 e 411 da nossa era. Uma rebelião do exército da Britania dirigida por um general Gerontius (um nome que é a versão em latim do britânico Geraint) invadiu a Gália. Tentava impor um novo imperador no trono chamado Constantino III, e rematou coa Britania fora do poder do império. A Galiza e a metade ocidental da Península quedaram ocupadas pelos suevos, vandalos e alanos aos que Gerontius permitiu passar á Península. Co tempo as consequências acabarão por causar o colapso do império de Ocidente. O que os sublevados pensavam que ia acontecer era, seguramente, moi diferente.

Para sabermos cal era o objectivo, precisamos recordar a história das sublevações do exército da Britania. Porque não era a primeira vez que acontecia, mais bem era uma espécie de tradição.

Cronologia das revoltas do exército da Britania:

193 Clodius Albinus proclamado imperador pelo exército de Britania e Hispania trás a morte de Pertinax. Derrotado e morto por Septimius Severus no 197 em Lyon.

260 ao 274 Império Galo estabelecido por Postumus na Gália, Britania e Hispania. Morto no 268 e os seus sucessores Victorinus e Tetricus, supostamente, não foram reconhecidos na Hispania. Nestas datas deu começo a construção das muralhas de Lugo, já fosse por parte do Império Galo ou para se defender del.

286 ao 293 Carausius. Foi um comandante da flota romana da Britania, belga de nação, que se declarou imperador da Britania e o Norte da Gália no 286 (Imperium Britanniarum). Pouco mais de 12 anos depois da fim do Império Galo. Foi assassinado no 293 e seus territórios ocupados pelo césar Constancio Cloro. Não consta que controlasse nenhuma parte da Península.

306 Constantino. Filho de Constancio, proclamado imperador pelas legiões do seu pai á morte deste em Eboracum (York) no 306. A parte do Império que controlava incluía a Britania a Gália e a Hispania, ainda que num princípio não foi aceitado na Hispania. Depois de várias guerras acabou por conquistar todo o Império. No seu reinado rematou a construção da muralha de Lugo.

383 ao 388 Magnus Maximus. Comandante do exército da Britania, supostamente de orige galaico, proclamou-se imperador no 383 ocupou o Império Ocidental até que foi derrotado e executado no 388. Nas crónicas de Gales se lhe atribui a instalação dos britânicos na Armorica. Isto dá que pensar, porque no paroquial dos Suevos o centro da diocese de Britonia era o monasterio Maximi. Chamava-se assim por ele? Pode ser que os primeiros bretões na Galiza chegassem por orde sua?

Poucos anos depois, temos o já citado Constantino III. Co que podemos ver que o exército romano da Britania tinha uma longa tradição de se sublevar, para impor o seu próprio candidato a imperador. E aqui não estamos a contar os casos em que a sublevação começou noutra parte. Também parece que a Hispania se viu mais implicada nestas revoltas do que se adoita considerar.

Não sabemos da relação entre o que quedava da Britania romana e a Galaecia depois da saída de ambas do império. Não se conhecem documentos que nos podiam informar, mas a arqueologia da Britania sinala como cousa normal que segue a haver importações da área mediterrânea case até o final.

O que se sabemos é cando rematarão essas relações, graças ao livro de Jim Storr. No ano 838 o exército do reino de Dumnonia foi derrotado e provavelmente destruído na batalha de Hengistbury Head coa participação dos vikingos, supostamente do lado dos britânicos. Depois desta batalha o reino de Wessex vai conquistar em menos dum ano os condados do Sul-Oeste da Inglaterra: Dorset, Somerset e Devon e vai deixar aos britânicos arrinconados em Cornualha. Seis anos depois, no 844 chegou o primeiro dos ataques vikingos ás costas da Galiza.


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